sábado, 19 de dezembro de 2009

O som do eco não diz nada

Nem triste, nem feliz. Talvez com um pouco de febre, ou um torcicolo tardio de quem dirigiu tensa por algumas horas. Li numa passagem rápida que simplificar é o fundamento da realização. É ver o mundo sem óculos esuros. Agir sem gastar mais energia que o ato merece, atingindo o mesmo fim intentado de início. Ler foi fácil, fácil não é por em prática. Mas sei que vale a pena. Descomplicar tira o peso. Ou ajuda a carregá-lo. Descomplicar torna leve, claro, seguro, indolor. Mas o medo de ter ficado burra não me deixa em paz. Não sou, nem nunca tive a ideia de ser um gênio brilhante, mas entender o que lia era algo simples. Preciso voltar a mergulhar no meu mundo, que não seja identico, mas parecido com o que sempre foi, pois sem pensar é vida vegetativa pra mim. Me sentiria mais segura se me faltasse o ar.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Psico-análise.

E o sangue ainda corre, corre quente, rápido, com cheiro de sangue! Você, criatura que sequer existe, que sequer sonha, que sequer sente, jamais seria capaz de me derrubar! Como a pulga que só consegue provocar o mal estar de uma coceira passageira; como uma brisa fraca num dia de calor insuportável, que de nada adianta; como um inseto nojento que sai do esgoto e de tão nojento e gordo não consegue voltar pra lá sem antes sujar tudo por onde passa, você, criaturinha despresível que o destino, de tão bom, não me fez nem ter o desprazer de conhecer, você não foi capaz de causar nem mais que uma semana de estragos! Sabe por quê? Porque com a mesma intensidade que caio, eu me levanto. Com a mesma força com que seres escrotos como você saem do nada para nada fazerem, eu sei me deitar olhando os ponteiros de um relógio que marca os segundos e vomitar todo o meu ódio, destilar todo o meu veneno, limpar minhas glândulas, salvar meu tecido do seu câncer e me levantar dali de alma lavada, exatamente como se nada, nadinha, nadica de nada tivesse acontecido. Para pessoas como você só digo uma coisa: volta pro mar, oferenda! Nada como um dia após o outro; uma conversa após a outra e ver a verdade que vem da íris humana. Amém!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O grito que ninguém escuta e só faz barulho dentro de nós mesmos!

Eu só sinto vontade de escrever quando as coisas não vão tão bem. Essa foi uma coisa realmente verdadeira de se ouvir, e de dizer...É uma forma boa de limpar geral, de por pra fora, de gritar para bem mais além que nossas próprias paredes. Há algum tempo existe dentro aqui do peito uma angustia perturbadora. Como a pessoa que procura uma pedra aqui, outra ali, na tentativa de passar à outra margem do rio...de um rio que nunca para! Mas a sensação desse momento, que só agora a ficha ta caindo, é a de que no meio da travessia, quando eu já tava estufando o peito num misto de coragem e esperança de que tudo ia dar certo, veio alguém e detonou uma dinamite bem ali pertinho de onde eu estava. Uma explosão tão violenta, com um deslocamento de ar típico e assustador, que me arremessou com toda a força pra muito longe daquele que era o meu objetivo. A explosão foi tão forte que estou desacordada até agora! Tal como um átomo submetido às experiências insandecidas dos homens, eu explodi! Virei caco, virei nada, virei pó. Dentro aqui do que restou ficou só uma pessoa com pensamentos autodestrutivos: sentir tudo, ao máximo, pra ver se pelo menos assim me sobra o gosto de um pouco de vida. Desilusões são simplesmente constantes. Umas suportáveis, outras dinamitadoras de sonhos. Agora o que resta de mim? Só posso dizer que pode ser que reste alguma coisa, mas no momento, pelo menos por agora, por um tempo, se isso fosse possível, eu não gostaria mais de viver!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ir ou ficar? Eis a questão!

Há tempos paira no ar a dúvida entre ir (morar fora) ou ficar, no meu Brasil Baronil. Confesso que já foi uma dúvida de consumir as entranhas, mas hoje tá mais controlada. Antes a dúvida era entre ir em busca do mundo encantado de Bob ou ficar no inferno de Dante, bem assim mesmo, como se lá fora tudo fosse as mil maravilhas e aqui tudo completamente feio, fedido e nojento. Quando o pensamento era esse na verdade não se tinha uma dúvida, e sim um problema: como ir se só tenho como ficar? A verdade é que querendo ou não a gente cresce. Querendo ou não, nos tornamos presos a certas coisas às quais antes não davamos a menor importância. Uma delas? Amigos! Outra? Família! Mais umazinha? Amores...e isto apenas para citar algumas. Estes dias tive uma conversa muito instigante com uma amiga do trabalho. Falávamos sobre um amigo dela que pregava e vivia realmente o tal do "desapego". Segundo ela, o rapaz, filho de uma família abastada do interior de SP, fazia facu pública e vivia somente com aquele mínimo que possuia. A única coisa que o tal do moleque era realmente apegado era a livros! Se alimentava com a ajuda de amigos e almas bondozas que lhe davam um prato de comida. Ia de carona pra aula, carona esta adquirida no meio da rodovia mesmo, de desconhecidos. Fazia um trabalho aqui, outro ali, principalmente dando aulas de português e assim se formou em direito. Pois é, só que daí o carinha que antes via o dinheiro como algo supérfulo, desapegado mesmo, passou num concurso e resumindo o blá blá blá, estava infeliz no trabalho, mas não conseguia se demitir porque aprendeu a ter um estilo de vida mais confortável e não queria perdê-lo. Como disse minha amiga, o mundo perdeu um gênio. Mas calma ai, acabou não a história. Há poucos dias ela ficou sabendo que o amigo, demorou, mas chutou o balde e se mudou pro Acre!!! Isso mesmo, pro lugar onde ele tinha loucura pra conhecer e morar. O gênio voltou!!! A moral dessa história, e basicamente o que queria dizer aqui, antes de me perder, é que acredito mesmo que a felicidade esteja em se fazer aquilo que o coração pede sim, mas sem ser tolo de esquecer tudo que se viveu até ali. Antes o sonho, a vontade, era por ser. Mas hoje o Brasil, por mais ruim que ainda esteja, não é mais pintado na minha cabeça como o lugar insuportável de outrora. Quero ir sim, essa vontade é viva dentro de mim e não posso mentir. Mas sei que quando isso acontecer perrengues virão, porque lá fora também existem problemas. Mas também sinto vontade de ficar aqui e viver a sensação e crescer junto do lugar onde nasci. Aqui existem pessoas que me fazem feliz. Aqui existe o ar que só aqui tem. Aqui não é mais o problema. Talvez neste texto eu consiga me fazer entender. Ir embora não pode mais ser a solução, embora ainda seja uma opção. Se hoje bateu o desânimo, só preciso de uma força, de um abraço e de um beijo e pronto, amanhã será outro dia. A infelicidade se resolve primeiro dentro de nós mesmos e mesmo que eu vá pra China, não vai ser cada Km que eu andar que irá afastar um pouco a tristeza. Essa só vai embora, se é que se vai por completo, porque acho que niguém consegue ser nem feliz nem triste o tempo inteiro, quando eu aprender a praticar o desapego. Porque sinceramente, nada pior que fazer algo por fazer, ou apenas por dinheiro. Isso é o que mata, aqui ou no Japão!!!

terça-feira, 12 de maio de 2009