sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ir ou ficar? Eis a questão!

Há tempos paira no ar a dúvida entre ir (morar fora) ou ficar, no meu Brasil Baronil. Confesso que já foi uma dúvida de consumir as entranhas, mas hoje tá mais controlada. Antes a dúvida era entre ir em busca do mundo encantado de Bob ou ficar no inferno de Dante, bem assim mesmo, como se lá fora tudo fosse as mil maravilhas e aqui tudo completamente feio, fedido e nojento. Quando o pensamento era esse na verdade não se tinha uma dúvida, e sim um problema: como ir se só tenho como ficar? A verdade é que querendo ou não a gente cresce. Querendo ou não, nos tornamos presos a certas coisas às quais antes não davamos a menor importância. Uma delas? Amigos! Outra? Família! Mais umazinha? Amores...e isto apenas para citar algumas. Estes dias tive uma conversa muito instigante com uma amiga do trabalho. Falávamos sobre um amigo dela que pregava e vivia realmente o tal do "desapego". Segundo ela, o rapaz, filho de uma família abastada do interior de SP, fazia facu pública e vivia somente com aquele mínimo que possuia. A única coisa que o tal do moleque era realmente apegado era a livros! Se alimentava com a ajuda de amigos e almas bondozas que lhe davam um prato de comida. Ia de carona pra aula, carona esta adquirida no meio da rodovia mesmo, de desconhecidos. Fazia um trabalho aqui, outro ali, principalmente dando aulas de português e assim se formou em direito. Pois é, só que daí o carinha que antes via o dinheiro como algo supérfulo, desapegado mesmo, passou num concurso e resumindo o blá blá blá, estava infeliz no trabalho, mas não conseguia se demitir porque aprendeu a ter um estilo de vida mais confortável e não queria perdê-lo. Como disse minha amiga, o mundo perdeu um gênio. Mas calma ai, acabou não a história. Há poucos dias ela ficou sabendo que o amigo, demorou, mas chutou o balde e se mudou pro Acre!!! Isso mesmo, pro lugar onde ele tinha loucura pra conhecer e morar. O gênio voltou!!! A moral dessa história, e basicamente o que queria dizer aqui, antes de me perder, é que acredito mesmo que a felicidade esteja em se fazer aquilo que o coração pede sim, mas sem ser tolo de esquecer tudo que se viveu até ali. Antes o sonho, a vontade, era por ser. Mas hoje o Brasil, por mais ruim que ainda esteja, não é mais pintado na minha cabeça como o lugar insuportável de outrora. Quero ir sim, essa vontade é viva dentro de mim e não posso mentir. Mas sei que quando isso acontecer perrengues virão, porque lá fora também existem problemas. Mas também sinto vontade de ficar aqui e viver a sensação e crescer junto do lugar onde nasci. Aqui existem pessoas que me fazem feliz. Aqui existe o ar que só aqui tem. Aqui não é mais o problema. Talvez neste texto eu consiga me fazer entender. Ir embora não pode mais ser a solução, embora ainda seja uma opção. Se hoje bateu o desânimo, só preciso de uma força, de um abraço e de um beijo e pronto, amanhã será outro dia. A infelicidade se resolve primeiro dentro de nós mesmos e mesmo que eu vá pra China, não vai ser cada Km que eu andar que irá afastar um pouco a tristeza. Essa só vai embora, se é que se vai por completo, porque acho que niguém consegue ser nem feliz nem triste o tempo inteiro, quando eu aprender a praticar o desapego. Porque sinceramente, nada pior que fazer algo por fazer, ou apenas por dinheiro. Isso é o que mata, aqui ou no Japão!!!

terça-feira, 12 de maio de 2009